Informativo Semanal: O possível endividamento causado pela pandemia
Como economizar dinheiro em tempos de pandemia e evitar o endividamento
A pandemia de Covid-19 que já se arrasta por mais de um ano fez com que os brasileiros adquirissem novos hábitos de consumo. A consequência disso foi um aumento de gastos no orçamento mensal. Uma pesquisa realizada em 2020 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Offer Wise mostrou que a pandemia do novo coronavírus aumentou os gastos mensais para quatro em cada dez brasileiros (42%). Os maiores aumentos foram em supermercado (68%), produtos e serviços (49%) e contas básicas, como gás, luz e internet, já que 47% dos entrevistados têm passado mais tempo em casa. “A rotina teve que se adaptar ao distanciamento seguro, milhões de empresas tiveram que se ajustar ao home office, escolas foram fechadas, assim como comércio e restaurantes. Tudo gerou uma verdadeira transformação no consumo da população. Enquanto as despesas da casa aumentaram, aquelas que eram feitas no comércio e lazer diminuíram”, afirmou em nota o presidente da CNDL, José César Costa.
De acordo com a pesquisa, gastos com compra de medicamentos (48%) e jogos e itens para lazer (39%) se mantiveram estáveis. Outro estudo realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Neotrust, descobriu que mais de 20 milhões de brasileiros realizaram sua primeira compra pela internet em 2020. O aumento nas compras on-line no ano foi de 68%, com faturamento de R$ 126,3 bilhões. Ao todo, foram mais de 300 milhões de pedidos realizados. Mas com tantas restrições de circulação impostas pelo momento e facilidades para realizar compras, como economizar dinheiro, sem deixar que nada falte em casa e, principalmente, sem ceder aos impulsos do consumismo extremo?
Como economizar dinheiro com tantas facilidades?
Na visão do COO e co-fundador da Plano Finanças Pessoais, José Leonardo, o que houve foi uma substituição de despesas. “De início, imaginava-se que as pessoas iriam consumir menos, já que você não tem mais tantos itens como lazer, cinema, bares, restaurantes. Ou se tem, na verdade, isso já se reduziu drasticamente”, explica. “Só que, na prática, o que efetivamente acontece é que não há uma queda nas despesas. O que houve foi uma substituição. No lugar de coisas que a gente fazia antes, hoje a gente faz outras coisas, mas que geram tantos gastos da mesma forma”. Em suas consultorias, Leonardo tem observado que esse padrão de consumo tem se repetido em muitas famílias. “Houve pessoas que entraram em plano de contingência, porque apertou a receita, tiveram corte no salário, aí muda o orçamento. Mas as pessoas que continuaram na mesma situação tinham essa expectativa de redução, quando na verdade se mantiveram dentro do mesmo padrão. Então eu diria que nem chegou a diminuir, nem chegou a aumentar. O que a gente teve foi essa substituição mesmo”, avalia. No entanto, frente a tantas facilidades e promoções, algumas pessoas acabam perdendo a mão e extrapolando nos gastos. Principalmente quando somamos, aos fatores já citados, outros como ansiedade e depressão, muito comuns nos tempos atuais de isolamento social.
Como controlar as despesas para gastar menos dinheiro?
De acordo com o especialista, o primeiro passo é conhecer o próprio orçamento. “E quando eu digo conhecer o próprio orçamento, não falo de uma maneira superficial. É preciso se aprofundar um pouco mais, inclusive em padrões de consumo”, aconselha Leonardo. Sabe aqueles gastos que nem sempre costumamos acompanhar, como quanto gastamos por semana com lazer, com transporte ou coisas pequenas do dia a dia? Para Leonardo, ter uma previsão desses gastos dentro do orçamento fará toda a diferença, principalmente na hora de cortar as sobras. A pedido do portal do Instituto de Longevidade MAG, ele cita dois exemplos de serviços e produtos que geralmente pagamos muito além do que o que é realmente consumido. São eles:
Serviço de Telecomunicações
Na opinião do especialista, este é um item que grande parte das pessoas costuma pagar em excesso. “Porque a pessoa paga lá o pacote de TV, internet e celular com muito mais do que ela efetivamente usa, seja no volume de dados num pacote de celular ou no número de canais que tem no pacote de TV”, pontua. Para ele, este é o momento de rever a necessidade desses serviços e adequá-los às nossas reais necessidades.
Taxas e tarifas bancárias
“Por que você vai pagar todo mês uma tarifa de 30, 40, 50, até 80, 90 reais, dependendo do tipo de conta, se você hoje tem opção de ter esse mesmo tipo de serviço de graça, através de contas digitais ou de um cartão de crédito digital? Empresas como Nubank e Banco Inter propiciam esse serviço”, lembra Leonardo.
Como economizar dinheiro? Tenha um bom planejamento!
É preciso enxergar dentro do seu orçamento o que é pago em excesso. Para José Leonardo, um ponto importante é ter uma visão a longo prazo do seu orçamento para saber como economizar dinheiro. “Conhecer o orçamento não é conhecer o mês. Trace uma linha do tempo financeira, coloque pelo menos 12 meses pra frente e informe quanto vai entrar, o que eu tenho de despesas fixas para pagar, quando vai ser o consumo”. Uma dica importante, segundo o especialista, é ter um objetivo de consumo mensal. “Eu ganho tanto, vou pagar tanto de despesas fixas, vou consumir tanto, tenho tanto de dívidas em parcelas. E nessa linha do tempo você vai ter a noção de saldo, se o seu orçamento está equilibrado. O que isso quer dizer? Se em nenhum mês do futuro está previsto sair mais dinheiro do que está entrando”. Leonardo lembra ainda que muitas vezes o corte de uma despesa de 100 ou de 200 reais pode parecer pequena. Mas quando multiplicado por 12 meses, o valor já começa a ser considerável no orçamento. A segunda dica importante é: não comprar por impulso, mesmo diante de tantas promoções e facilidades oferecidas pela internet. Leonardo novamente enfatiza a importância de conhecer o próprio orçamento para saber quanto você tem disponível ou não para consumo, sempre com a consciência de que, se eu tenho um objetivo de consumo mensal, que isso seja cumprido. “Somos incentivados a consumir o tempo todo. Em nossa sociedade, da maneira como ela é organizada – e a pandemia ressalta isso –, somos incentivados a consumir o tempo inteiro. As redes sociais fazem isso. Mesmo sem a propaganda, tem sempre um influenciador falando dos produtos A, B ou C, ou seus próprios amigos postando fotos. Aí você começa a pensar que poderia ir a essa ou aquela pousada, eu poderia fazer isso ou aquilo”, adverte. O raciocínio é simples: se você não produz uma sobra, você não produz uma reserva. Se você não produz uma reserva, qualquer imprevisto poderá se transformar num problema enorme. Por isso, a melhor resposta para a pergunta como economizar dinheiro é simples: planejamento!
Abraços e até a próxima!
Fonte: Instituto de Longevidade Mongeral Aegon