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Precisamos falar do CDI (capítulo final) | Resumo Semanal

Olá, tudo bem?

Na semana passada, iniciamos uma conversa sobre a taxa Selic e do impacto dela nos seus investimentos.

Vimos que, para falar disso, precisaríamos abordar também o seu primeiro-irmão, o CDI.

Daí, através de uma breve história, pudemos comprovar como foi um ótimo negócio acompanhar o CDI durante mais de duas décadas no Brasil: lucro (acima da inflação) de mais de 5.000%!

Por outro lado, também vimos que o CDI, de uns 2 anos para cá, passou a caminhar na direção de andar muito próximo da inflação. Logo, continuar acompanhando só ele pode não ser uma boa estratégia para avaliar a qualidade dos seus investimentos.

Então, como ficamos? É isso que tentaremos responder nessa 2ª parte.

Boa leitura!

? Conhecimento da Semana

Vamos pensar de forma prática e objetiva: o que faz o seu dinheiro se desvalorizar? Ou mudando a pergunta: qual a missão mais essencial de um investimento ao longo do tempo?

Sim, a inflação.

A pior coisa que pode acontecer para seus investimentos é perder dela.

Ao longo do tempo, você precisa evitar que o seu dinheiro se afogue na desvalorização.

Depender da Selic e do CDI para isso está ficando muito complicado, como vimos.

Até porque esse é um fenômeno mundial. O Brasil não é um caso isolado.

Tanto em países desenvolvidos quanto em emergentes, os títulos do governo já operam, na média, muito próximos às taxas de inflação de cada país.

Alguns até com juros reais negativos, onde a inflação supera o rendimento básico dos títulos públicos.

Nos seus investimentos de curto prazo, como a reserva de emergência, é tolerável que você fique perto do CDI. Nessa parcela do seu portfólio, o mais importante é proteger um pouco de dinheiro para qualquer eventualidade, com liquidez e segurança.

Nesse caso, perder da inflação em um mês ou outro não será tão grave assim, desde que essa perda, é claro, não vire uma rotina.

Mas qual o referencial usar para investimentos com horizonte de 3, 4 ou 5 anos, pelo menos?

Para esse prazo, você pode recorrer a um outro tipo de referência. Uma referência que considera a variação da inflação, como o IPCA, acrescida de uma taxa de juros real.

O IMA-B é dos candidatos a ser essa referência.

O IMA-B é um índice que representa uma carteira diferenciada de títulos do tesouro atrelados à inflação, que rendem IPCA acrescido de juros reais.

Por isso ele está se tornando um referencial prático mais interessante que o CDI.

Se a rentabilidade do seu investimento está mais próxima do IMA-B (do que do CDI) você tende a estar, de agora em diante, mais seguro de que seu dinheiro está voando acima da inflação.

A título ilustrativo, na linha verde abaixo está a variação do IMA-B em cima da variação do CDI em um horizonte de 10 anos. Veja:

Se você tem uma perspectiva de não precisar do dinheiro investido por um período de 36 a 60 meses, pelo menos, estar em investimentos que se aproximam mais dessa referência passará a ser uma boa opção para substituir investimentos que visam exclusivamente acompanhar o CDI.

Isso significa que o mercado vai abandonar o CDI como referência de uma hora para outra?

Não, longe disso. Esse tipo de discussão ainda não está no radar.

Aqui estamos apenas deixando você mais preparado e atento para olhar para outras referências que vão se tornar cada vez mais relevantes daqui para frente.

Também cabe um outro alerta importante: se o CDI está atrelado à Selic e à taxa de juros básica da economia, buscar um diferencial, como o IMA-B, implicará em correr mais riscos.

Ou seja: pode até continuar sendo renda fixa, mas em momentos de stress no quadro macroeconômico, o IMA-B pode oscilar para baixo e ficar, ainda que pontualmente, até abaixo do CDI.

Daí a importância de você contar com dois ingredientes adicionais:

  • Não precisar desse dinheiro de imediato – conforme já dissemos – para poder atravessar com segurança períodos de variações negativas; e
  • Ser um pouco mais tolerante ao risco, pelo menos para horizontes de médio prazo.

? Giro Semanal pela Conjuntura*

Nova lei de segurança nacional da China em Hong Kong aumenta tensão global e derruba bolsas internacionais.

A tensão entre China e Estados Unidos gera um novo pregão de perdas nos principais mercados globais de ações.

O estopim dessa vez foi o desejo, expressado pelo governo chinês, de impor uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong, o que daria ao Partido Comunista mais controle sobre a cidade semiautônoma, após protestos realizados nos últimos meses.

Os manifestantes pró-democracia contavam, de forma geral, com o apoio de países ocidentais.

A decisão da China em relação a Hong Kong ocorre no momento de escalada das tensões entre China e Estados Unidos, com troca de acusações sobre a extensão e origem da pandemia causada pelo coronavírus.

O presidente americano, Donald Trump, já mostrou intenção de retaliar a China no âmbito tributário. Além disso, o Senado dos Estados Unidos aprovou, na quarta-feira, uma lei que pode restringir a presença de empresas chinesas em Bolsas americanas.

Esse mau humor predomina, hoje, em escala global.

*Em conjunto com dados e informações do nosso parceiro Infomoney

Antes dos dados de desempenho do mercado, temos um convite: quer acompanhar o Giro Semanal por uma perspectiva diferente – e em vídeo?

Então acesse o link para o último vídeo apresentado, que fica gravado e disponível para você assistir clicando aqui.

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