Informativo: Higiene bucal pode ajudar a prevenir complicações da covid-19.
Entenda como higiene bucal em pacientes com Covid-19 pode evitar agravamento da doença
A higiene bucal em pacientes com Covid-19 vem sendo destacada por cientistas e especialistas como uma forma de evitar o agravamento da doença em quem está internado. Conforme o Conselho Federal de Odontologia (CFO), uma má higiene oral ligada à periodontite – doença que afeta a gengiva – pode impactar no agravamento de infecções respiratórias geradas pelo vírus. O professor titular da disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Giuseppe A. Romito, explica que a falta de limpeza adequada não vai impactar diretamente na gravidade da Covid-19, mas sim na condição de saúde do paciente, abrindo portas para infecções. “Quem tem periodontite costuma ter maior quantidade de bactérias na boca. Essas bactérias podem se proliferar, gerando infecções secundárias que podem dificultar o tratamento contra a Covid-19”, explica. Romito também destaca que a periodontite é mais frequente em pessoas com comorbidades muito semelhantes às que impactam também na Covid-19. É o caso, por exemplo, de pessoas obesas, diabéticas ou idosos. “A literatura médica vem mostrando que muitos pacientes com Covid grave também são pacientes com periodontite. Mas não está claro ainda se há relação entre a periodontite e a Covid-19 ou se há uma coincidência das comorbidades. É como aquele caso do ovo e a galinha, não sabemos o que vem primeiro”, explica.
Documento orienta para higiene bucal em pacientes com Covid-19
Nesse contexto, o CFO e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amibi) elaboraram um manual que orienta sobre higiene bucal e Covid-19. O documento traz procedimentos para a higienização oral de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A limpeza utiliza uma substância que, por meio de oxidação, reduz as colônias de microrganismos na boca. “Esse tipo de procedimento já vinha sendo adotado para prevenção de pneumonias causadas por outros microrganismos, como bactérias, tanto em pacientes entubados quanto naqueles em que foi necessário fazer procedimento de traqueostomia, reduzindo significativamente os casos de contaminação. Agora, estamos adaptando aos pacientes ligados à ventilação mecânica por causa da Covid-19”, disse à Agência Brasil o coordenador da Comissão de Odontologia Hospitalar do CFO, Keller De Martini. Os especialistas destacam, inclusive, que a higiene bucal em pacientes com Covid-19 antes da intubação pode reduzir o risco da chamada Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). Tal doença pode ser um complicador do estado de saúde do paciente, que já está com o pulmão comprometido pela Covid-19. “De maneira muito simples é como se a intubação facilitasse a ida das bactérias da boca para o pulmão. Imagine um paciente que tem doença gengival e pegou o Covid. Ele já tem a infecção no pulmão causada pelo coronavírus. Se você associa a isso uma infecção bacteriana proveniente da boca, a possibilidade de complicar muito o caso é grande. Por isso, pacientes com doença de gengiva têm morrido mais”, alerta o professor Giuseppe A. Romito.
Cuidados com a higiene oral devem ser constantes
O professor ressalta que os cuidados com a higiene oral não devem se limitar a quem tem comorbidades ou está internado. Afinal, além da periodontite, a limpeza inadequada leva a doenças como a cárie. Ambas são enfermidades que podem ter consequências gravíssimas, incluindo a perda do dente. Portanto, sobram motivos para você cuidar da sua saúde bucal. Ao prevenir doenças nos dentes você também previne gastos financeiros elevados com tratamentos mais complexos ou até a perda de renda por afastamento do trabalho em decorrência dessas doenças. Conforme Romito, existe uma frequência mínima de consultas para manter a limpeza e saúde dos dentes. “Já é mais que conhecido na literatura científica que ninguém, nem eu que sou dentista e professor, tem capacidade de fazer sua higiene bucal em casa de maneira perfeita. Então, as visitas rotineiras ao dentista são essenciais. Outros fatores como idade, sexo e comorbidades vão determinar se essa periodicidade precisa ser ainda menor. Mas o mínimo são seis meses. Uma vez por ano é pouco”, afirma. E se o medo do tratamento é um impeditivo, temos uma boa notícia. Hoje, com as novas tecnologias , procedimentos que antes eram considerados doloridos, são muito menos invasivos. É o caso da profilaxia dental, como é chamada a limpeza dos dentes. Se antes o tratamento utilizava ferramentas manuais que poderiam machucar o paciente, atualmente há opção de remoção das placas de sujeira e tártaro com aparelhos com jato de ar, por exemplo.
Abraços e até a próxima!
Fonte: Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.