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Os donos dos tijolos | Resumo Semanal

? Conhecimento da Semana

Indo direto ao ponto: os acionistas são aquelas pessoas físicas ou jurídicas que possuem uma ou mais ações de uma empresa.

Mas nenhuma novidade até aí, certo? Você já deve saber isso.

O interessante é que o acionista é mais do que um dono de uma cota da empresa. O acionista possui diferentes tipos de direitos sobre ela.

É neste ponto que as coisas começam a ficar mais sofisticadas e interessantes para nós.

Sobre os direitos

Todo acionista é também um investidor. Na visão contábil do processo, significa que assume também o papel de credor. Ou seja: ele aportou dinheiro na empresa em troca do direito de receber um valor no futuro, de preferência crescente, que represente um lucro.

Se você olhar por esse ângulo, todo investimento no mercado financeiro acaba sendo um tipo de empréstimo, ainda que muito específico. Um empréstimo que é feito tanto para o governo (títulos públicos), quanto para empresas (debêntures, ações etc.).

Mas voltemos aos direitos do acionista.

Em certas ocasiões, o acionista não aporta dinheiro. Ele pode aportar, por exemplo, ativos não pecuniários, como a sua força de trabalho.

É um modelo de acionista que pode estar previsto no Estatuto da empresa. Em um caso famoso, um artista teria feito uma pintura sobre uma das paredes da primeira sede do Facebook. Como pagamento, ao invés de dinheiro, ganhou ações. Ficou milionário.

Mas esse não é o modelo comum que faz girar o mercado de ações, através da Bolsa de Valores. Lá, a moeda para compra e venda é o dinheiro.

No mundo da renda fixa, esse “empréstimo” do qual falamos anteriormente pode ser feito em troca de uma devolução futura com o acréscimo de juros.

Mas no terreno da renda variável, um acionista não conta com esse tipo de direito. Como ele adquire um título de propriedade (um “tijolo”), a sua compensação está conectada com os lucros (ou prejuízos) da companhia.

Mas afinal: quais são os diferentes tipos de acionista que existem?

Não existe apenas um tipo.

De acordo com a quantidade de “tijolos” que o acionista possua – ou até mesmo de sua influência sobre a construção e o dia-a-dia da “casa” – ele é classificado a partir de dois perfis:

  • Acionista minoritário; e
  • Acionista majoritário, podendo ser esse o acionista controlador ou não.

1) Acionista minoritário

Como o próprio nome dá a entender, o acionista minoritário é aquele que tem poucas ações. Ações que são insuficientes para dar algum poder a esse acionista para interferir nos rumos da empresa, se consideradas isoladamente.

No entanto, se esse minoritário adquiriu ações ordinárias (lembra delas?), o seu direito a voto nas assembleias de acionistas fica garantido.

Isto é: mesmo que não tenha um grande poder sozinho, ele pode influenciar os rumos que o negócio tomará, no mínimo através do seu voto, ou de forma mais intensa se conseguir influenciar ou se unir a outros minoritários nessas votações.

Por outro lado, se as ações são preferenciais, isso não acontece. Já vimos na edição passada que o “preferencialista” abdica de seu direito a votar em nome da preferência na distribuição de lucros e dividendos.

Alguns dos direitos reservados ao acionista minoritário incluem o famoso tag along. Falaremos sobre isso em uma edição mais adiante.

2) Acionista majoritário

Ele é quem detém a maior quantidade de ações da empresa, de modo que as suas decisões prevalecem sobre os demais.

Justamente por isso, o acionista majoritário acaba sendo também o acionista controlador na maior parte dos casos.

3) Acionista Controlador

É quem manda, de fato, na empresa.

Conforme comentamos, na maior parte dos casos, o controlador é também o majoritário. Mas nem sempre é assim.

Quando as ações estão muito pulverizadas em bolsa, certos acordos de acionistas dão o controle a quem ainda tem participação relevante, mas já não é mais majoritário.

Alguns fundadores de empresas, mesmo que já não sejam mais majoritários, ainda permanecem no controle justamente por isso.

Isso pode ocorrer porque regras estatutárias ainda garantem esse controle aos fundadores, seja porque o acionista majoritário entende que o fundador ainda é o mais adequado para escolher o CEO, os diretores executivos e, com isso, ditar os rumos da empresa.

Mesmo que isso ocorra, a influência e os interesses do majoritário e de outros acionistas relevantes ficam bem representadas na formação do conselho de administração, um colegiado que está acima da diretoria executiva.

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? Giro Semanal pela Conjuntura*

  • O sentimento negativo predominou na pré-abertura do mercado americano nesta sexta. Os futuros de Nova York registram queda refletindo as preocupações dos investidores com o ritmo de recuperação da economia. Na Europa, as principais Bolsas abriram em terreno negativo, mas conseguiram se recuperar.
  • Na Europa, contribui para os ganhos a expectativa com o início da temporada de balanços, na próxima semana.
  • Embora se espere que as companhias reportem queda das vendas, os investidores esperam que elas apresentem expectativas mais positivas para os próximos trimestres.
  • “É esperado um cenário de forte recessão no segundo trimestre de 2020, mas que será seguido por uma ligeira melhoria nos trimestres seguintes, convertendo a recuperação em uma realidade e avançando para 2020”, avaliou um analista da Link Securities.

*Em conjunto com dados e informações do nosso parceiro Infomoney

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