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Ela pode destruir países e até impérios: inflação | Resumo Semanal

O ano é 301 d.C. e o Império Romano estava em decadência. Os gastos militares eram crescentes e o governo não arrecadava o suficiente para bancá-los. Para fazer frente às despesas públicas maiores que a receita de impostos, Roma acelerou a fabricação de moedas.

Resultado: inflação.

Para solucionar o problema, o imperador Diocleciano resolveu então promover um tabelamento de preços. Na visão dele e de seus conselheiros, o aumento de preços vinha da “ganância dos comerciantes”.

Resultado: desabastecimento e surgimento de um mercado paralelo de produtos e serviços com preços bem maiores do que aqueles da tabela, é claro.

Portanto, a inflação está aí não é de hoje e de vez em quando sua ameaça ressurge. Por isso vamos começar uma viagem para entender melhor esse conceito tão importante para a saúde dos seus investimentos, especialmente daqueles de longo prazo, como o do seu Fundo de Pensão.

Porque se entendermos melhor as causas e efeitos da ameaça, podemos também melhorar as nossas defesas.

Boa leitura!

? Conhecimento da Semana

Se você já era capaz de entender a realidade brasileira antes de 1994, especialmente a partir de meados da década de 1980, achou familiar essa descrição do Império Romano.

Diante de uma inflação crescente no Brasil – naquela época até os bancos estaduais podiam imprimir dinheiro – o governo tentou, com o Plano Cruzado (1986), um tabelamento, copiando a fórmula do imperador Diocleciano.

Não satisfeito, vieram outras versões com receitas similares à original: Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão etc., com direito a cortes de zero na moeda. O caos da hiperinflação rondava o Brasil.

Logo depois dela ter chegado a mais de 80% ao mês, veio o calote do Plano Collor, fórmula similar àquela que ainda é tentada na Argentina de vez em quando, com os resultados que todos conhecemos.

Mas como definiu o prêmio Nobel Milton Friedman, a inflação é um fenômeno essencialmente monetário. Isso porque se os preços sobem de forma generalizada, só existe um agente capaz de produzir uma distorção de tal magnitude: o Governo (via Banco Central) e sua “impressora” de dinheiro.

Mas não pense que apenas as taxas de inflação altas ou altíssimas (vide moeda de 100 trilhões de dólares do Zimbábue) que são problemáticas.

Taxas de inflação baixas como a que vivemos hoje no Brasil, associadas a uma baixa taxa de juros na renda fixa, podem se tornar aquele cupim invisível e silencioso a corroer o valor dos seus investimentos. Pois, em prazos longos, mesmo taxas de inflação baixas podem provocar efeitos muito danosos.

Então nas próximas edições do nosso Resumo Semanal, vamos responder à algumas das perguntas mais frequentes sobre inflação:

  • Existe mais de um tipo de inflação, além daquela provocada pelo aumento do dinheiro em circulação?
  • Quais os mecanismos usados hoje pelos governos e bancos centrais para “imprimir dinheiro”?
  • Existe mesmo “inflação inercial”?
  • O que é o tal “imposto inflacionário”?
  • Se a inflação é um fenômeno monetário, por que os EUA e a Europa injetam tantos dólares e euros em suas economias e a Inflação deles não sobe?
  • Devo me preocupar mais com os índices oficiais do tipo IPCA, IGPM, INPC etc., ou com minha “inflação pessoal”?

Então venha conosco dominar os vários ângulos de um conceito fundamental para sua educação financeira e previdenciária.

Ficou com alguma dúvida sobre o conteúdo de hoje? Quer fazer um comentário? Escreva para nós: investimentos@mag.com.br.


? Giro Semanal pela Conjuntura*

  • Com a maior atenção dos investidores na temporada de resultados do segundo trimestre, os mercados globais ensaiam uma recuperação nesta sexta-feira.
  • As lideranças europeias irão se reunir nesta sexta-feira, em Bruxelas, para tentar chegar a um acordo sobre um fundo de 750 bilhões de recuperação para a região. 
  • Das notícias corporativas que evitam uma queda maior das Bolsas, Danske Bank e Ericsson apresentaram números melhores do que o esperado no segundo trimestre, assim como a montadora Dailer afirmou que seu prejuízo operacional será menor que o esperado.
  • “As empresas que já informaram os dados do segundo trimestre superaram as expectativas em cerca de 80%. Todos sabíamos que o segundo trimestre seria terrível, mas acabou se tornando um pouco menos terrível”, disse, à Bloomberg, Mark Matthews, chefe de pesquisa do Julius Baer em Cingapura.

*Em conjunto com dados e informações do nosso parceiro Infomoney

Antes dos dados de desempenho do mercado, temos um convite: quer acompanhar o Giro Semanal por uma perspectiva diferente – e em vídeo?

Então acesse o link para o vídeo apresentado hoje, que fica gravado e disponível para você assistir clicando aqui.

Ou você pode acompanhar ainda pelo Instagram, Facebook e Telegram, onde o programa também fica gravado depois da live:

Agora veja o desempenho dos mercados hoje às 6h59, pelo horário de Brasília:

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA),   +0,31%

*Nasdaq Futuro (EUA),    +1,00%

*Dow Jones Futuro (EUA), +0,20%

Europa

*Dax (Alemanha),  +0,20%

*FTSE 100 (Reino Unido),  +0,12%

*CAC 40 (França),     -0,45%

*FTSE MIB (Itália),   +0,17%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão),  -0,32% (fechado)

*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,47% (fechado)

*Shanghai SE (China), +0,13% (fechado)

*Petróleo WTI,   -0,42%, a US$ 40,58 o barril

*Petróleo Brent, -0,55%, a US$ 43,13 o barril

*Bitcoin, US$ 9.108, -0,09%

Bom final de semana e até o próximo Resumo Semanal.

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