Aumento da SELIC e impactos no setor de investimentos
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Aumento da SELIC e impactos no setor de investimentos

Confirmando as previsões de analistas financeiros, a Selic, taxa básica de juros brasileira, fechou o ano em 9,25%, o nível mais alto desde julho/2017.

Esse foi o sétimo reajuste consecutivo na taxa Selic, cuja sequência de altas foi iniciada em março/2021, após seis anos sem elevação. O aumento dessa taxa afeta uma série de setores da economia nacional e por isso é importante entender as efeitos da taxa Selic, principalmente sobre os investimentos.

Para quem investe em busca de tranquilidade econômica, seja a curto, médio ou longo prazo, compreender essa situação é fundamental. Por isso elaboramos este artigo. Acompanhe a leitura para entender de que maneira o aumento da taxa básica de juros influencia na economia e como escolher os melhores investimentos nesse cenário.

O que é a taxa Selic?

Antes de mais nada, é necessário compreender, afinal de contas, o que é a Selic. A sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, e ela pode ser entendida como a taxa básica de juros da economia nacional. Isso quer dizer que todo o sistema de juros do Brasil está diretamente ligado a essa taxa.

Nesse sentido, a Selic é uma espécie de ferramenta de nossa economia que serve para nortear o valor de todas as outras taxas de juros que serão cobrados no país. Quem define a taxa é o Comitê de Política Monetária do Banco Central. As decisões são tomadas a cada 45 dias, levando em consideração a situação econômica do país.

Por que houve aumento da Selic?

O aumento da Selic, assim como suas possíveis quedas, está relacionado com as estratégias da política econômica do governo. Em grande medida, a Selic é utilizada como uma ferramenta para controlar a inflação. Isso acontece porque, quando a taxa está baixa, os juros são menores, fazendo com que o dinheiro circule mais e a inflação aumente. Já se a taxa for alta e os juros maiores, o dinheiro terá menor circulação e, por sua vez, menor inflação.

Assim, é comum que o governo aumente a Selic quando precisa frear a inflação. Contudo, essa não é a única função de nossa taxa básica de juros. Diversos investimentos, em especial de renda fixa, têm a Selic como referência. Por isso, o aumento da Selic também impacta uma série de investimentos.

Quais os impactos da Selic nos investimentos?

A maneira como o aumento da Selic atinge os investimentos pode variar de acordo com o tipo de rendimento, taxação e regras do local em que o dinheiro está investido. Para esclarecer melhor como isso funciona, listamos a seguir os principais investimentos que sofrem influência da taxa Selic e de que forma esse impacto acontece. Confira!

Poupança

A maior parte dos especialistas em finanças não considera a poupança como um verdadeiro investimento. Contudo, como uma grande parcela da população ainda opta por esse tipo de alocação, vale a pena compreender de que forma o aumento da Selic impacta a poupança.

Nesse sentido, a caderneta de poupança é uma das mais afetadas com a variação da Selic. Isso ocorre porque a taxa básica de juros é a utilizada na base do cálculo de seus rendimentos. Quando a Selic apresenta valor igual ou menor a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é calculado da seguinte maneira: 70% da Taxa Selic + TR (Taxa Referencial), ou seja, a rentabilidade da poupança está diretamente ligada à taxa Selic.

Tesouro Direto

Muitas pessoas optam pela poupança por conta do baixo risco que ela oferece. Contudo, existem outros investimentos que são seguros e que apresentam melhores rendimentos. É o caso do Tesouro Direto. Por meio dele, o investidor empresta seu dinheiro para o Estado, em troca de retorno com juros.

Existem diversas modalidades de Tesouro Direto e o Tesouro Selic é o mais afetado pela taxa básica de juros, como o próprio nome já sugere. Isso acontece porque o rendimento da aplicação é pautado em uma taxa fixa, somada à variação da Selic no período em que o dinheiro ficou investido. Dessa forma, o aumento da Selic representa uma grande vantagem para quem investe no Tesouro Direto.

Investimentos de Renda Fixa

De maneira geral, os investimentos de renda fixa são pautados no CDI, índice de juros utilizado em transações que ocorrem entre instituições financeiras. Esse é um índice de referência para a maior parte dos investimentos em renda fixa, como CDB, LCI, LCA etc.

O índice DI, que determina o CDI, geralmente acompanha a Selic. Isso significa que as variações que acontecem na taxa básica de juros influenciam diretamente as alocações de renda fixa, pois impactam o CDI. Se a Selic estiver alta, é grande a probabilidade de que investimentos com o retorno pré-estabelecido apresentem uma maior rentabilidade.

Onde investir com o aumento da Selic?

Como foi possível notar até aqui, a taxa Selic influencia o rendimento dos investimentos. Para quem deseja aproveitar essa situação para ter bons resultados, é importante buscar educação financeira para compreender de que maneira a taxa básica de juros atua em cada tipo de alocação. Uma boa opção são os títulos e letras de crédito de renda fixa, que têm a Selic como índice de referência.

Já no mercado de ações, que trabalha com renda variável, é importante entender que a taxa Selic não atinge esse setor diretamente. Contudo, pode haver impacto indiretamente, em função dos efeitos que a alta de juros tem na economia da sociedade como um todo. Com o encarecimento do crédito e a diminuição do consumo, é possível que ações de determinados setores sofram quedas.

O mercado imobiliário, por exemplo, geralmente sofre impacto da alta da Selic, porque os financiamentos acabam ficando mais caros e menos atraentes. Em função disso, as ações de construtoras e fundos imobiliários, por exemplo, podem sofrer queda. Mas a tendência é que isso ocorra no médio prazo.

O aumento da Selic influencia toda a economia da sociedade brasileira. Por ser a taxa básica de juros do país, uma série de investimentos acompanha suas variações. Nesse sentido, para aproveitar sua alta, é importante procurar alocações que tenham a Selic como referência. Como apontamos, investimentos no Tesouro e em Renda Fixa são as melhores opções, principalmente para quem busca tranquilidade a médio e longo prazo.

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